A Nação Afro-Brasileira nada mais é do que a união de todas as Nações provenientes da África e das demais denominações espíritas que surgiram em solo brasileiro, com o objetivo de cultuarmos nossas Divindades de acordo com a nossa realidade cultural. Para ser mais sucinto, eu diria que a nação Afro-Brasileira é o "jeito" brasileiro de cultuar as Divindades africanas.
No Brasil o Candomblé é praticado de forma totalmente diferente da África. Para começar não temos como nos dividir em tribos e cultuar uma Divindade diferente em cada uma delas. Sou de Xangô e em minha casa acolho os filhos de todas as Divindades, e provenientes de qualquer nação. Por ser Djedje não vou desprezar um filho de Angorô se a Divindade pedir a minha mão. Simplesmente vou buscar os fundamentos da Nação de Angola para que o filho possa ser iniciado. Em minha casa tenho vários filhos de Odé, e todos nós sabemos que Odé vem da nação Ketu. Canto para Odé, assim como canto para Aganga Otolu, seja de xangô, seja de Sogbô, seja de Oyá, seja de Vodunjó, o importante é que a Divindade fique satisfeita.
Precisamos exaltar aquilo que temos em comum, e aprender a trabalhar com nossas diferenças, de modo que elas venham a enriquecer a nossa vida espiritual e, não nos dividir. Seremos mais fortes a partir do momento em que estivermos unidos.
Sejamos Djedje, Nagô, Angola, Ketu, Umbanda; o que não podemos é esquecer que somos brasileiros, e se as Divindades que cultuamos se adaptaram a nossa realidade (falam português; aceitam ser assentadas em barro e louça, ao invés de árvores, aceitam elementos que não existem na Africa, por que nós não podemos adaptar o culto a nossa realidade, sem desprezar, obviamente, o que é fundamental?
O primeiro passo para a instituição da nação Afro-Brasileira é sem dúvida a conscientização. Devemos nos conscientizar de que somos um povo, ou melhor, somos O POVO escolhido pelas Divindades e Entidades, portanto, temos uma missão a ser cumprida nesta terra. Está muito equivocado quem pensa que esta missão passa somente pelo lado espiritual. Nenhuma Divindade fica feliz ao ver seu filho passando fome, sem ter onde morar e sem ter o que vestir. Temos que lutar pelo nosso espaço. O “povo de santo” não tem que ficar confinado aos guetos! Vamos mostrar nossa cara, mas vamos mostrá-la com dignidade e com seriedade. Nossa religião não é folclore.
O segundo passo é a união. Precisamos nos unir, ver o que temos em comum, procurar corrigir o que possamos estar fazendo de errado, precisamos ter humildade para procurar uns aos outros, pedir ajuda, orientação. Precisamos entender que abaixo de Olorum, todos nós somos filhos. Deixemos de lado nossas vaidades para que possamos usufruir tudo de bom que as Divindades tem para nos oferecer.
O Terceiro passo seria a legalização dos templos espíritas, para que assim todos os irmãos possam usufruir dos benefícios que uma instituição devidamente legalizada pode nos trazer.
Por que é importante instituirmos a Nação Afro-brasileira? Desde o início dos tempos o homem deu ao criador diversos nomes: Olorum, Geová , Javé , Alah , Deus e tantos outros. No Brasil – país cuja formação teve influência européia, africana e indígena, encontramos diversos seguimentos religiosos, conseqüentemente, diversos nomes para O CRIADOR. O que não podemos esquecer é que O CRIADOR é um só, nós é que lhe damos nomes de acordo com a nossa fé, e temos que observar que perante à Ele somos todos irmãos. Todos nós , filhos do Criador, temos um poder que pode nos libertar de todos os problemas relacionados a questões espirituais e de muitos problemas ligados a questões materiais. Este poder está intimamente ligado à Nação Afro-Brasileira. Estou falando de Odus, estou falando de Divindades e Entidades. Todos nós já ouvimos falar de Caboclos e outras Entidades que com “passes” ou com remédios feitos de ervas curaram pessoas de doenças graves; todos nós já ouvimos falar de operações invisíveis, e quantos de nós já tivemos grandes conquistas após nos submetermos a ebós de Odus? Por que desprezar colaborações que podemos obter de outros segmentos religiosos?
O objetivo da nação Afro-brasileira é somar. Divididos nós já estamos, e por conta disso não temos toda força que poderíamos ter. Está na hora dos irmãos candomblecistas, umbandistas, Kardecistas, enfim, todos que se dizem espíritas, investirem na institucionalização da nação Afro-Brasileira, pois só assim teremos força para mostrar ao mundo quantas coisas boas temos para oferecer.
SAWABONA PARA TODOS!
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ResponderExcluirParabéns,espero q um dia realmente não existam separações e sejamos uma Nação Afro-Brasileira,Sejamos Abençoados!!!
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